quinta-feira, 3 de março de 2011

A MISSÃO DO CATEQUISTA

Aprendendo a ser catequista


          "A maior  preocupação  da  formação  inicial é preparar basicamente o catequista com o conhecimento da pessoa humana, do contexto sócio cultural, da pedagogia da fé e da mensagem cristã. Esta formação inicial é necessária em todas as paróquias, pois é grande  a  rotatividade  de  catequistas.  É  preciso  ter  sempre  disponível  um  atendimento inicial aos novos catequistas que vão chegando". DNC - CNBB, n. 291 
     Pensando nisto a  catequese da paróquia São Pedro e São Paulo promove para seus catequistas uma formação usando como base o livro " Aprendendo a ser catequista formador de discípulos missionários, da editora pão e vinho" 


"Ninguém nasce pronto. Cada ser humano vai adquirindo experiências no processo de crescimento. É o princípio aprender-fazendo. A formação catequética é um longo caminho a ser percorrido, através de conhecimentos, de práticas iluminadas pela reflexão bíblico-teológica e metodológica. Requer sintonia com o tempo atual e com a situação da comunidade. Assim, fiéis a Deus, à Igreja e à pessoa humana, os catequistas evangelizam a partir da vida, anunciando o ministério de Jesus".
Diretório Nacional de Catequese, CNBB, n.256.

O desejo de catequizar

Toda ação tem uma reação. Tudo o que somos depende muito daquilo que fazemos. Muitas coisas acontecem com a gente e não sabemos porque e nem como. No entanto, tudo tem um motivo e uma razão. Nascemos predestinados a sermos catequistas por  sermos especiais, por termos vocação e por desejarmos um mundo melhor para as futuras gerações. Somos especiais por sermos escolhidos por Deus;  Ef. 1, 4.     A nossa vocação vem do batismo, confirmada na crisma e fortalecida na Eucaristia; DGC n°231. e a terceira opção faz parte da natureza humana: " Amar e ser amado". "Deus inscreve na humanidade do homem e da mulher a vocação e,assim a capacidade e a responsabilidade do amor e da comunhão.” CIC n° 2331

A vocação do catequista

A gente nasce com todos os dons que precisa para ser perfeito, para ser feliz. Os Talentos Deus deu para todos. Talvez mais para uns e menos para outros, porem não é a quantidade já que aquém muito é dado, muito é cobrado. O que importa é a maneira que você usa os seus talentos. Você foi Chamado para estar em comunhão com Deus e com os irmãos através da Eucaristia, através das suas ações. A sua resposta a este chamado é ser santo como o Pai do céu é santo. ( Lv 19,2. 20,7. 1Pd 1,16. )
A missão de catequizar
Diretório Nacional de Catequese (2006)
4.2. Natureza da catequese nn. 39-44.
CNBB. Brasília: Edições CNBB.

Todo cristão pelo batismo é um discípulo de Jesus Cristo; Pelo mesmo batismo ele é inserido em sua igreja como membro ativo; Uma vez membro de sua igreja, a principal missão do cristão é catequizar.  Através da Evangelização a Igreja transmite a fé que ela mesma vive, e o catequista ao catequizar torna-se um porta-voz da comunidade e da igreja. No seu trabalho catequético o catequista tem que ser consciente de que não transmite sua doutrina pessoal (cf. CR 145), e sim o tesouro da fé guardado pela igreja. O catequista é também um educador da fé, que ao transmitir os ensinamentos da igreja, ajuda o catecúmeno a viver estes ensinamentos, arraigando no seu coração o amor por Jesus Cristo, a vontade de seguir o mestre (cf. Jo 1, 37.) tornar-se testemunhas de Cristo. A Igreja assim, ao transmitir a fé através de seus membros, gera filhos pela ação do Espírito Santo e os educa maternalmente (cf. DGC 78-79). A catequese faz parte do ministério da Palavra e do profetismo eclesial. O catequista é um ministro da palavra e um autêntico profeta, pois pronuncia a Palavra de Deus, na força do Espírito Santo.  O catequista tem que ser fiel à pedagogia divina para através da catequese iluminar e revelar o sentido da vida dos catecúmenos.
Por estes motivos a catequese é uma ação eclesial e possui características fundamentais que tem que ser levada em consideração pelos catequistas.

Características fundamentais da catequese

a) favorecer um aprendizado dinâmico da vida cristã e uma iniciação integral que favoreça o seguimento de Jesus Cristo;
b) fornecer uma formação de base essencial, centrada naquilo que constitui o essência da experiência cristã (a fé, a celebração e a vivência da Páscoa de Jesus), lançando os fundamentos do edifício espiritual do cristão (cf. 1Cor 3,10-18; Is 28,16; 1Pd 2,4; 2Cor 6,16);
c) possibilitar a incorporação na comunidade cristã: nela, a catequese vai além do ensino, põe em prática a dinâmica do encontro com Jesus Cristo vivo e da experiência do Evangelho, celebra e alimenta a fé nas celebrações e na liturgia;
d) proporcionar formação orgânica e sistemática da fé;
e) desenvolver o compromisso missionário, inerente à ação do Espírito Santo, para o estabelecimento do Reino de Deus no coração das pessoas, em suas relações interpessoais e na organização da sociedade;
f) fomentar o diálogo com outras experiências eclesiais (ecumenismo), religiosas (diálogo inter-religioso) e com o mundo, testemunhando a convivência fraterna com o diferente;
g) despertar o compromisso com a ação sócio-transformadora à luz da Palavra de Deus e dos ensinamentos da Igreja.
A catequese é uma educação orgânica e sistemática da fé, concentrada naquilo que é comum para o cristão, a páscoa de Jesus. Como discípulos, celebramos e testemunhamos o compromisso com Jesus. Como catequistas educamos para a vida e vida em comunidade. Sabemos que é um processo lento e por isso tem que ser gradual e progressivo, respeitando os ritmos de crescimento de cada um. Desta maneira a catequese exerce as tarefas de iniciação, educação e instrução (cf. DGC 68).
A catequese precisa assumir as angústias e esperanças dos seus catecúmenos, para oferecer-lhes as possibilidades da libertação plena trazida por Jesus Cristo. Os anseios humanos são parte indispensável do conteúdo da catequese. Elas devem ser levadas a serio, dentro de sua realidade, a partir das experiências vivenciais do povo de Israel, à luz de Cristo e na comunidade eclesial, na qual o Espírito de Cristo ressuscitado vive e opera continuamente (cf. Medellín, Cat. 6; CR 70, 116). A dimensão antropológica da catequese se faz necessário para um bom relacionamento humano


Finalidade da catequese
A catequese tem por finalidade aprofundar o primeiro anúncio do Evangelho levando o catecúmeno a conhecer, acolher, celebrar e vivenciar o mistério de Deus, manifestado em Jesus Cristo, que nos revela o Pai e nos envia o Espírito Santo; conduzir à entrega total do coração a Deus, à comunhão com a Igreja, corpo de Cristo (cf. DGC 80-81; Catecismo 426-429), e à participação em sua missão.(DNC 43)
A dimensão eclesial é essencial à fé cristã (cf. LG 9): cada batizado professa individualmente a fé, explicitada no Credo apostólico chamado “Símbolo”, pois manifesta a identidade de nosso compromisso cristão. Mas cada um recebe, professa, alimenta e vive essa fé na Igreja e através dela. “O Creio e o Cremos se implicam mutuamente. Ao fundir a sua confissão com a confissão da Igreja, o cristão é incorporado à sua missão: ser sacramento de Salvação para a vida do mundo. Quem proclama a profissão de fé assume compromissos que, não poucas vezes, atrairão a perseguição. Na história cristã, os mártires são os anunciadores e as testemunhas por excelência” (DGC 83).

Catequese caminho para o discipulado
Em consonância com o documento de Aparecida. Queremos ser catequistas formadores de discípulos missionários. A tarefa não é fácil. Para que isso aconteça precisamos obedecer o mestre Jesus e sair mundo afora, fazendo com que todos os povos se tornem seus discípulos como está em Mt 28, 19-20.
É evidente que este mundo afora começa na porta de nossas casas. O nosso trabalho missionário tem início com nossos vizinhos e parentes. Enquanto na nossa comunidade, no nosso bairro existir pessoas necessitando de evangelização, de catequese, o nosso trabalho estará incompleto.
Para ser catequista hoje, precisa haver um discernimento muito grande. Precisamos ser verdadeiramente um discípulo que quer seguir seu mestre. O nosso sim ao projeto de Jesus precisa ser convicto. A nossa vida precisa ser um testemunho do Evangelho, em um processo de renovação constante em que a encarnação, missão, cruz e ressurreição de Jesus têm que ser atualizado, animado e inspirado pelo Espírito Santo, mas não esquecendo o contexto em que vive.
  A pedagogia do catequista discípulo missionário está no caminhar assim como os discípulos de Emaús 9 Lc. 24, 13-31.  O nosso seguimento ao mestre tem tudo a ver com nossa identidade Cristã: “Caminhar humildemente com Deus nas estradas de nossa vida, praticando a justiça e amando sem limites. Seguir Jesus é ter uma relação de amor e obediência a Deus Pai, por intermédio de Jesus Cristo nosso salvador, com a certeza de que nossa força vem do alto, do Espírito Santo. A nossa missão é revelar o rosto de Jesus.
Para que a nossa catequese possa dar frutos, precisamos estar sempre renovando com ardor missionário a nossa vocação. Sabemos que vocação é um chamado que exige resposta. São dois pólos: de um lado Deus chama; do outro lado respondemos com nossas vidas.
Em primeiro lugar somos chamados a existência. Ao nascermos somos obrigados por natureza própria a buscarmos meios de sobrevivência e aprendizado para vivermos cada vez melhor. Esta busca infinita de aperfeiçoamento da nossa existência é uma procura de si mesmo. E só nos encontramos quando encontramos o outro; quando descobrimos que aquilo que falta em mim eu posso encontrar no outro. Quando nos encontramos, encontramos também a Deus.
Em segundo lugar somos chamados a Evangelizar. O Evangelho é a boa notícia que Jesus Cristo anunciou. Para sermos evangelizadores precisamos buscar a perfeição: “Portanto, sede perfeitos, assim como vosso Pai celeste é perfeito. Mt 5, 48.” Essa busca da perfeição é a mesma busca descrita acima.
Em terceiro lugar somos chamados a sermos discípulos. “Ide, pois, e ensinai a todas as nações; batizai-as em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Ensinai-as a observar tudo o que vos prescrevi. Eis que estou convosco todos os dias, até o fim do mundo. Mt 28, 19-20” Para conseguirmos fazer estas coisas precisamos mergulhar na escola de Jesus. Assimilar seus ensinamentos e por em prática. Aprendemos ensinando; ensinamos o que aprendemos.
Quem quiser ser catequista precisa estar em constante formação, pois o mundo não para e o Evangelho se renova a todo instante: Então o que está assentado no trono disse: “Eis que eu renovo todas as coisas. Disse ainda: Escreve, porque estas palavras são fiéis e verdadeiras. Ap. 21, 5.”
Resumindo, a nossa catequese precisa dar uma resposta fiel aos anseios profundos do coração humano. Se assim for, será um local agradável em que todos irão querer participar porque encontrarão o amor de Deus em nós.

Nenhum comentário:

Postar um comentário